terça-feira, 26 de abril de 2016

Quanto vale uma vida?




Antigamente, quando eu tinha uns 10 a 11 anos, escutava as pessoas na rua, em lugares que eu andava, falando “É preciso muita coragem para tirar a vida de alguém, puxar uma arma”. Hoje, 35 anos depois, isto é a coisa mais corriqueira, comum e banal.

Mata-se por causa de um celular, por causa de traição, por causa de uma bicicleta, por uma briga no transito, porque grande parte dos filmes só mostram isto. 

Mata-se por superfaturamento nas obras. Sim, porque a partir do momento que se ganha muito em uma obra e desvia-se o dinheiro em detrimento a materiais de baixa qualidade e mão de obra desqualificada, você é conivente e co-autor do assassinato. 
No dia 21/04, aconteceu uma ressaca que levou parte da ciclovia inaugurada há 3 meses na Avenida Niemayer, no Rio de Janeiro. Disseram que haviam 5 pessoas no momento. Acharam 2 corpos e 1 está desaparecido. E as outras 2?
A sociedade fica impactada no momento. A mídia teve um orgasmo, por ter uma tragédia para mostrar e desviar a atenção de coisas que não querem que venham a tona. 
Mas a grande questão é: Quem será punido? Como reparar a perda de uma vida que foi se exercitar, correr, pedalar ou simplesmente aproveitar um feriado? 
O que acontece aqui no Brasil é que as tragédias se banalizaram. Tem-se o impacto momentâneo, depois esquecemos. A violência está tão próxima a nós que já nem a percebemos. 
Quanto vale uma vida? 
Quanto vale se indignar, lutar por seus direitos e exigir que tenhamos segurança?
Como fica a consciência das pessoas envolvidas nesta tragédia? 

Muitas perguntas e poucas respostas, e daqui a pouco tem Olimpíadas… Esqueceu-se tudo.